Águas residuais e resíduos sólidos domésticos e industriais, esgoto, queima de combustíveis, ruídos provocados por maquinários e veículos e a omissão do cidadão: são estes os principais agentes poluidores das grandes cidades. Como resultado de seu crescimento desordenado, Goiânia apresenta uma degradação ambiental cada vez mais intensa, observada e sentida por uma população que supera a marca de 1,3 milhão de pessoas.
Toda grande cidade se caracteriza pela grande concentração de pessoas, produtoras de detritos e sujeira provocada por suas atividades sociais sejam através da indústria, do comércio, ações culturais e também as ações realizadas nas residências. A poluição urbana é crescente desde o século XIX, quando na Inglaterra teve início a revolução industrial, que culminou na metropolização dos centros urbanos.
Após passar por três revoluções industriais e através do crescimento populacional, a economia baseada no consumo produziu uma população de mais de 6 bilhões de pessoas, todas motivadas e dependentes do consumo. E por consequência produzindo diariamente lixo e poluição.
Armazenar o lixo é um dos principais problemas enfrentamentos nos centros urbanos, principalmente nos países de primeiro mundo, cujas populações têm maior poder de consumo. Mas vale lembrar que o acúmulo de lixo na cidade de Goiânia é resultado do estilo de vida que adotamos e não é o único fator de degradação do ambiente urbano.
Goiânia, considerada uma capital de médio porte, possui 990 mil veículos e aproximadamente 1 milhão 303 mil habitantes, com uma média de 1,3 veículos por habitante. A grande concentração de veículos, sobretudo na região central da cidade gera a poluição do ar com a emissão de gases nocivos à saúde, especialmente monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), e óxidos de nitrogênio (NOx).
Estudos realizados recentemente apontam que o maior agravante da poluição na capital se refere à poluição atmosférica. O mestre em Ecologia e Produção Sustentável e professor da Pontifícia Universidade Católica do Estado de Goiás (PUC GO), Ideon José de Aguiar Júnior, apontam que “os locais com maiores concentrações de poluentes na Capital são os terminais de ônibus e suas proximidades. Dentre eles se destaca a Praça da Bíblia, no Setor Universitário (região leste), que está em pior situação”.
“Em seguida vem o Centro de Goiânia, principalmente nas avenidas Goiás, Anhanguera, Araguaia e Tocantins. Logo após, eixos por onde há grande fluxo de veículos em especial, ônibus. Pontos como as avenidas 90, 85 e T-63, de ligação com terminais, também possuem má qualidade do ar”, destaca o especialista em publicação da PUC GO.
O Programa de Monitoramento do Ar da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) de Goiás aponta que desde 2008 a qualidade do ar na cidade melhorou, devido à troca da frota de ônibus do transporte coletivo e o aumento dos carros com motores ’flex’ que dão a opção de utilizar o álcool, considerado um combustível de baixa emissão de poluentes.
A Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) realiza medições esporádicas da qualidade do ar, utilizando um analisador de gases atmosféricos, adquirido pela Agência em 2006, capaz de detectar a presença de mais de 100 tipos de gases, além do analisador de gases atmosféricos. A agência utiliza também um opacímetro, que promove a medição de gases poluentes emitido por veículos movidos a diesel, considerado o combustível que gera mais poluição.
A alta concentração de gases poluentes no ar acarreta Inflamações e infecções, tais como faringites, bronquites, rinites e pneumonias. Estas patologias estão associadas à poluição atmosférica de grandes centros urbanos como Goiânia. A ação do Monóxido de Carbono (CO) prejudica a oxigenação dos tecidos e por isso tal composto químico é classificado como um asfixiante sistêmico. A exposição frequente ao gás gerar casos graves de intoxicação, principalmente se esta exposição se dá em ambientes fechados, como garagens e túneis. Alguns sintomas de intoxicação são confusão mental, inconsciência e parada das funções cerebrais, que resulta em morte.
Fonte: Diário da Manhã
