Evento traz gastronomia a motéis de Goiânia e região

Evento inusitado movimenta os motéis de Goiânia e região. Estabelecimento conhecido tradicionalmente por ser frequentando por quem busca sexo, alguns motéis da Capital e de Aparecida de Goiânia buscam também serem conhecidos como ponto de gastronomia refinada, durante a primeira edição do Festival Motel Gastronômico. O evento na cidade de Goiânia é inédito no País e será realizado durante os próximos dois meses. O Estado de Goiás é conhecido por sediar e realizar festivais gastronômicos de sucesso, e este é mais um evento que deve ser sucesso, já que o organizadores esperam que o Festival impacte em mais de 220 mil pessoas até abril.

Os motéis tiveram a liberdade de cada um escolher o cardápio que será servido durante os dois meses de duração do Festival. Uns optaram por incluir uma especialidade que já realiza no estabelecimento e já outros motéis preferiram contratar chefs renomados para elaborar pratos exclusivos. Participam do evento os chefs Artur Perné, André Barros, Renata Stein e Pedro Ernesto.

Apaixonado por Gastronomia e já trabalhando no seu estabelecimento com pratos diferenciados, o idealizador do projeto e também diretor da Associação Brasileira de Motéis, Seção Goiás, Michael Alves e Almeida, diz que a intenção de realizar o Festival é mostrar a excelência da gastronomia com preços especiais e acessíveis, com descontos que podem chegar a 20%. O cardápio que faz parte do evento é bem diversificado e tem valores que variam entre R$ 19 e R$ 37. “O Festival não tem cunho de competição para escolher o melhor prato ou mesmo o mais pedido. O objetivo é criar uma nova opção de roteiro gastronômico e mostrar que na rede moteleira existe uma alta gastronomia, feita por profissionais qualificados e cozinhas dotadas da mais completa estrutura e sob rígida fiscalização,” explica Alves.

Segundo Michael, embora haja uma desconfiança sobre a higiene das cozinhas dos motéis, estas são um dos locais mais fiscalizados pela vigilância sanitária. “Somente no último ano recebemos a visita da vigilância sanitária três vezes. E não pense que achamos ruim, muito pelo contrário, isso é até melhor para oferecer confiança aos nossos clientes. Acredito que os motéis sejam bem mais fiscalizados que estabelecimentos convencionais, como bares e restaurantes,” ressaltou Alves que também é diretor do grupo Mont Blanc, que possui na Capital um estabelecimento às margens da BR-153.

A expectativa para esses dois meses em que o Festival promete movimentar o setor moteleiro na Grande Goiânia é das melhores pontua Michael. No total 750 leitos na BR-153, Bairro Ipiranga e Jardim Helvécia estão participando do evento. “Estamos 100% confiantes da boa aceitação. O Festival já é um sucesso. O número de reservas das suítes, de ligações de pessoas que já viram a divulgação já é bastante bacana,” disse o empresário na última quinta-feira, 28 de fevereiro, quando o evento estava na véspera de sua abertura, no dia 1º de março. Segundo Michael, no Festival estão os melhores estabelecimentos da Grande Goiânia, uns com atuação há bastante tempo e outros que são recentes, mas todos de renomes e empenhados em oferecer o melhor serviço.





Durante a realização desta matéria a reportagem foi muito bem servida com o Filé Mont Blanc, cardápio especialmente produzido para o Festival e assinado pelo chef André Barros. O prato é feito com duas tiras de filé mignon recheadas com queijo parmesão, amêndoas e guarnecido ao vinho do porto, servido acompanhado de uma porção de arroz com brócolis e salsinha fresca. “Ofereci quatro cardápios ao proprietário e ele escolheu o filé, que teve todo o layout e formato aprovado,” explicou.

André diz que para desenvolver o prato utilizou ingredientes leves e em porção que atendesse a um casal. “O filé é um prato mais leve, da cozinha contemporânea, em que o filé é grelhado ao invés de ser frito. Ele é acompanhado de uma porção de arroz, que satisfaz tranquilamente a duas pessoas e que não pesa no estômago,” explicou o chef, afirmando que todos os motéis incluídos no roteiro gastronômico também buscar fazer receitas bem leve.

Os chefs, durante o Festival, não irão ficar nos motéis diariamente. Por isso, equipes foram treinadas por cada um dos chefs para que produzam o prato. Na quarta-feira, 27 de fevereiro, a cozinha do Mont Blanc estava movimentada. André Barros prestava consultoria a duas cozinheiras para preparem o prato que ele desenvolveu. “Já estou bem treinada e preparada para fazer o prato. Ele é sofisticado, mas simples de fazer,” disse a cozinheira Selma Bispo.

Novo conceito

Michael Alves diz também que um dos intuitos do festival é aprimorar a imagem do setor junto ao público, para que os motéis sejam reconhecidos também como meio de hospedagem. “Os motéis mudaram a sua cara e a tendência é cada vez mais criar locais mais ‘clean’, com um lado hoteleiro, afastando aquela ideia de cama redonda, em formato de coração, espelho para todos lados, como, por exemplo, no teto,” explicou.

Michael diz ainda que em Goiânia há uma demanda reprimidade leitos em hotéis e isso fica evidente a cada vez que a Capital sedia eventos importantes e que trazem muita gente de fora. “É comum recebermos clientes que não conseguem vaga em hotel,” afirma o diretor. “O conceito de hospedagem se firma nos mínimos detalhes. Com isso os motéis de alto padrão são mais disputados pelo turismo do que muitos hotéis. Hoje, uma nova mudança se manifesta com a adequação das suítes e das instalações dos motéis como meio de hospedagem com a mesma qualidade de serviços de hotelaria,” reforça Alves.

Segundo o diretor da associação de motéis, no Brasil existem aproximadamente cinco mil motéis que movimentam cerca de R$ 4 bilhões por ano, além de proporcionar cerca de 250 mil empregos diretos e 300 mil empregos indiretos.

Michael diz que no mês passado a associação de motéis esteve no Ministério do Turismo para apresentar projeto em que os motéis sejam reconhecidos como meio de hospedagem, já que hoje, o enquadramento do setor não permite que os empresários recebam incetivos governamentais para investimento na expansão do negócio e melhorias, por exemplo, da infraestrutura. “Um dos gargalos para os grandes eventos que ocorrerão no País nos próximos anos, principalmente a Copa das Confederações e Copa do Mundo é a hospedagem. As vagas de hotéis são insuficientes, sendo dessa maneira os motéis, uma ótima opção, com qualidade de estadia e atendimento profissionalizado para atender esta demanda.”

Fonte: Portal DM





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